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Treinamento e procedimento não é burocracia, é busca da excelência!

  • Foto do escritor: Georgina Morelli Matos
    Georgina Morelli Matos
  • 19 de set. de 2019
  • 3 min de leitura

Treinamento e motivação é como o banho. Recomenda-se ao menos uma vez ao dia.


Certa vez um rapaz conseguiu trabalho como lenhador e foi cortar árvores em uma floresta. Ao seu lado, um homem bem mais velho, visivelmente com uma longa carreira de árvores tombadas. O rapaz chegava mais cedo que o senhor, passava o dia trabalhando e, ao final do dia, tinha cortado menos árvores do que o mais velho. Intrigado, começou a observá-lo. O velho chegava calmo, e boa parte do dia ficava sentado, afiando seu machado. E mesmo assim, durante semanas, cada vezes mais ele cortava menos árvores que o outro senhor. Um dia, já irritado, foi perguntar ao senhor como ele conseguia cortar tantas árvores, se chegava mais tarde e ficava boa parte do dia sentado afiando o machado. Eis que ele respondeu: para cortar com eficiência, é preciso parar para afiar o machado.

É comum chegar num cliente, falarmos de treinamento e ele dizer algo do tipo: “Ah, já cansei de dar treinamento”, “O pessoal não aprende!”, “Já fiz treinamento mas não funciona”.

Pior que isso, é o empreendedor que nem viu, em nenhum momento, que poderia usar o treinamento como ferramenta estratégica e fundamental para uma marca forte e valorizada.

Ora, mas porque devo investir tempo do meu colaborador e o meu próprio, em treinamento?


Porque quando treinamos e aprendemos o que deve ser feito, temos condições de realizar um melhor trabalho. Quando deixamos claras e oficializadas as diretrizes mínimas para a realização do trabalho, estamos ensinando o colaborador a pensar com a nossa cabeça. Ou seja, no momento do jogo, ele vai lembrar do treino, e não das referências pessoais dele para tomar as decisões.

Por falar em jogo, é por isso que jogadores treinam tanto. Há exceções! Jogadores talentosíssimos que pouco precisam treinar pra ter uma atuação fenomenal. Mas, mesmo eles, reconhecem a importância de “afiar a chuteira” e estar preparado para o jogo oficial.

Nem sempre poderemos contratar e manter os melhores jogadores. Muitos deles vamos formar em nossa categoria de base.

Por isso, deixando a metáfora do futebol de lado, é muito importante que você invista seu tempo em desenvolver treinamentos e procedimentos para propagar aquilo que você quer que seja feito na execução das tarefas do funcionário.

Eu observava um dono de confeitaria outro dia, orientando uma atendente em como colocar o bolo no freezer expositor: “Mais para frente, mais um pouco, volta... Agora pra direita um pouquinho. Tá bom!” De deixar qualquer colaborador confuso e impaciente. Quando não sabemos o que fazer, definimos as próprias regras ou esperamos orientação.

Eu perguntei ao proprietário, ainda na companhia da colaboradora: Porque você pediu para ele arrumar o bolo dessa forma? Ele me disse que as luzes do freezer são bem direcionadas e ele gosta de colocar a torta bem centralizada com a luz, para dar mais destaque e deixar a vitrine organizada. Na sequência, perguntei à atendente: você já tinha notado isso? Ela disse que nunca tinha se dado conta. Provavelmente, o pensamento do proprietário foi em torno de que somente ele notaria uma coisa dessas, pois ele que cuida de tudo da confeitaria. No entanto, a minha intenção ali foi deixar uma pista que talvez, explicando os motivos das nossas decisões, fique mais fácil de futuramente o colaborador acertar por conta própria.

É possível que ele “perdesse” 10 minutos explicando as decisões de organização da vitrine, mas em longo prazo, ele teria um colaborador que entende como a vitrine deve ser arrumada e temos aí, um colaborador que foi treinado para arrumar a vitrine, assumindo uma tarefa operacional e desafogando o proprietário.

Esse é um exemplo muito simples de como justificar as decisões da empresa, produzir conteúdo e repassar conhecimento pode ser uma forma excelente de melhorar a qualidade do seu serviço/produto. Além disso, um dos fatores motivacionais na empresa é o quanto a empresa investe em mim como funcionário. Então, quando eu aprendo, eu fico feliz, melhor apto ao meu trabalho e, assim, mais motivado a melhorar meu desempenho.


Costumo dividir o valor de um profissional em três partes: comportamento, habilidades técnicas e conhecimento. O ideal é que tenhamos um triângulo perfeito dessas três partes bem desenvolvidas. As vezes o colaborador tem uma postura ótima, sabe a teoria, mas não consegue colocar em prática. Ou é habilidoso, mas lhe falta conhecimento para ampliar suas habilidades. Ainda pode acontecer dele ter bom conhecimento e habilidade, mas ter uma postura péssima no ambiente de trabalho. É responsabilidade da empresa contratar alguém com o melhor equilíbrio possível dentro do perfil desejado. Mas também é responsabilidade da empresa investir no desenvolvimento desses aspectos, formando um profissional com excelente postura, conhecimento e habilidade para o trabalho. Claro que o profissional também deve buscar essa melhoria contínua, mas fica muito mais fácil para ele saber o que deve melhorar quando indicamos para ele o caminho.




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