4 Tendências para o mercado gastronômico em 2019
- Georgina Morelli Matos
- 19 de set. de 2019
- 5 min de leitura
Estar atento às mudanças do segmento de alimentação é questão de sobrevivência no mercado. Abrir as portas e ficar torcendo pelo melhor, é ignorar a enorme concorrência que, nesse momento, abre as portas para a tecnologia, inovação, sustentabilidade e valorização da experiência.
1 - Tecnologia ao seu favor
É impossível ter um negócio de alimentação atualmente sem se fazer presente nas redes sociais. Com elas é possível criar oportunidades de venda e atrair seu público alvo.
Além das redes sociais, restaurantes têm investido em aplicativos e desenvolvimentos de pedidos online e mesmo reserva online, uma prática que no Brasil ainda não é muito comum.
O Google oferece não só a possibilidade de anunciar e aparecer para seu público, como ferramentas para gerenciar seu negócio online, o Google My Business.
Aplicativos como o IFood, Rappi, UBER Eats, colocam empresas no mapa e facilitam a interação entre estabelecimento e cliente, criando uma conveniência que hoje é extremamente valorizada pelo público. Você não aceita pedidos pelo WhatsApp? Prepare-se para perder vendas.
Dentro do estabelecimento, a tecnologia entra no cardápio, onde tablets e smartphones ajudam o cliente a fazer pedidos sem nem precisar chamar o garçom.
A rede Jeronimo Burger, do mesmo grupo do Madero, aposta numa metodologia de autoatendimento, onde o cliente faz seu pedido e pagamento nos totens de atendimento, e retira o pedido no balcão sem nenhum problema.
Mercados passam a oferecer a mesma conveniência, permitindo que clientes façam o papel de caixa, pagando os produtos de forma autônoma, facilitando a vida dos mercados, e agilizando filas de compras menores.
Confira abaixo o vídeo de um restaurante Le Petit Chef, em Londres, que oferece uma experiência de realidade aumentada para entreter seus clientes enquanto o pedido é preparado:
2 - Layouts melhores e maior conveniência
A rotina corrida dos clientes faz com que cada refeição seja também um momento de descontração, relaxamento, encontro e conexão.
Investir em layouts de salão mais modernos, com decorações e louças que harmonizem com o ambiente, valoriza seu espaço e a experiência do cliente.
Além disso, a preocupação com o layout deve ser também refletir a identidade do estabelecimento, sendo um local agradável não só pela comida, o que é obrigação, mas por um local “de encher os olhos”.

Além de layouts mais atrativos, conveniência é um aspecto importantíssimo para o consumidor atualmente. Seja pela forma de fazer o pedido, como na forma de consumi-lo, a necessidade de conveniência vem forte por conta de tantas comodidades que a tecnologia tem nos proporcionado.
Não precisamos mais ser indiscretos ao chamar o garçom, na mesa de vários restaurantes encontramos um botão silencioso que sinaliza no balcão a mesa que solicitou atendimento.
Estabelecimentos em grandes centros optam por mesas comunitárias para melhorar o fluxo dentro do salão, trabalham com autoatendimento, como já mencionado e também com o auto-serviço: uma área de produtos prontos para levar, que o cliente não precisa esperar o preparo.
Em se tratando ainda de conveniência, veja o exemplo da Mytapp. Eles desenvolveram um sistema de auto-serviço de chope onde o cliente carrega o cartão com a quantia que quiser, e serve-se sozinho. Uma forma de diminuir o custo com equipe e dar poder de escolha e autonomia ao cliente.

3 - Desperdício Zero
Queremos saber não só o que as empresas fazem, mas porque fazem e como fazem. Responsabilidade social nunca esteve tão em alta e é fator decisório de compra de milhares de pessoas.
É responsabilidade do empreendimento rever porcionamento dos alimentos e adotar medidas que evitem sobras. A média é de que ⅓ de todo alimento produzido em estabelecimentos gastronômicos vá para o lixo. É muito dinheiro jogado fora e que, mesmo sendo pago pelo cliente, num melhor ajuste do empreendimento, poderia estar sendo aproveitado para agregar no faturamento.
Além do desperdício no excesso de comida produzida (seja no buffet ou no serviço empratado), do lado de dentro da cozinha acaba ocorrendo muitas vezes outro tipo de perda, aquela que não aproveita todas as partes de um legume, fruta ou de um animal.
Cascas, caules e raízes dos vegetais estão sendo agregados à receitas, inovando pratos e aumentando o aproveitamento.
Refettorios, restaurante do italiano Massimo Bottura, serve refeições para pessoas carentes com ingredientes descartados. Tem restaurante dele no Brasil, fica no Rio de Janeiro.
4 - Diminuição de lixos plásticos
ONGs, associações e os próprios governos de diversos países, estão levantando a bandeira de guerra contra os plásticos, principalmente pelo seu descarte inadequado, que tem gerado a degradação da vida marinha a nível mundial.

Grandes cidades já legislaram pela proibição do uso de canudos plásticos em estabelecimentos gastronômicos e grandes marcas como o MC Donalds, Starbucks e Outback, Disney, American Airlines, estão adequando-se a essa nova era substituindo os canudos por opções biodegradáveis ou mesmo abolindo o seu uso nas lojas.
O prefeito de Nova Iorque anunciou que finalmente entra em vigor a proibição de embalagens de isopor de qualquer tipo, uma vez que os mesmos não podem ser reciclados.
Repensar esses materiais, canudos, copos, marmitas, potes, etc., é não só adequar-se a legislações que vão, sim, passar a vigorar cada vez mais, mas em uma nova forma de pensar da pessoas, que tentam diminuir o impacto do lixo em nosso mundo, buscando pela mudança de hábitos e inovação tecnológica em criar materiais que substituam os existentes.
A MCE - Meu Copo Eco - nasceu para atender essa demanda: Como trazer para o Brasil a solução de copos reutilizáveis, deixando as festas mais limpas e o público mais consciente?
A empresa fornece copos para festas e eventos, copos esses reutilizáveis, que não ficarão jogados pelo chão quando a micareta passar.
Existem soluções, basta querer melhorar!

5 - Combinação entre comida e lazer
Como disse inicialmente, alimentação fora do lar é também um momento de descontração, relaxamento e lazer.
Proporcionar o melhor momento possível ao cliente, agregando outros “produtos” na experiência de alimentação, agrega maior valor, aumenta as chances de escolha pelo cliente e, consequentemente, torna sua empresa mais valiosa no mercado.
A proposta é combinar o seu corebusiness com outras experiências.
Restaurantes servem pratos enquanto um DJ toca, tornando o espaço um misto entre balada e alimentação.
Cafeterias, casas de chá, e outros empreendimentos, agregam cartas de drinks entre clássicos e originais da casa, que mesclam seus produtos com drinks, contribuindo para a experiência do cliente e para o faturamento, já que o drink tem boa taxa de lucratividade.
Empresas como a Jogaderia, aposta na prestação de serviços em bares e restaurantes, no sentido de promover recreação aos clientes, o que acaba promovendo interação, descontração e uma experiência positiva de entretenimento no local.
Transmissão de jogos, lutas, som ao vivo, stand up comedy, mariachis, tequileiros, exposições de arte, DJs, e contratação de máquinas de jogos, são outros exemplos de como agregar experiência e lazer na alimentação.
O que podemos ver como grande tendência é a busca incessante da inovação, esta como forma de diferenciação competitiva e a valorização da experiência não só do momento presente, mas da consciência do cliente em estar consumindo de um empreendimento que procura adotar práticas sustentáveis, assumindo a responsabilidade de contribuir para um mundo melhor.
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